Dom Anuar Batisti encontra-se em Domus Galilei na Convivência Mundial dos Bispos que iniciou-se na segunda dia 05/04/2010 e vai até domingo dia 11/04/2010.
Deus concedeu mais uma oportunidade para que mais bispos do Brasil possa ter a alegria de participar deste evento.
Mais de 17 bispos do País estão presentes. Essa Convivência é uma forma de aproximar os Bispos ao " Caminho Neocatecumenal".
Espero que Deus de a todos alegria de poder participar desta nova Evangelização.
Segue breve histórico do CAMINHO NEOCATECUMENAL da qual me orgulho fazer parte a mais de 14 anos.
Em 1964, Francisco (Kiko) Argüello, um pintor nascido em León (Espanha), e Carmen Hernández, licenciada em Química e formada no Instituto Missionárias de Cristo Jesus, encontram-se entre os favelados de Palomeras Altas, na periferia de Madri. Três anos depois, neste ambiente composto sobretudo de pobres, forma-se uma síntese kerigmático – catequética que, sustentada pela Palavra de Deus, pela Liturgia e pela experiência comunitária, e sobre a trilha do Concílio Vaticano II, tornar-se-á a base daquilo que o Caminho Neocatecumenal levará a todo o mundo.
A partir das favelas, a experiência passa logo para algumas paróquias de Madri e de Zamora. No confronto ao qual foi submetida, a síntese kerigmático – catequética surgida entre os favelados de Palomeras Altas, logo se viu que nas paróquias, sobretudo nas mais abastadas, as catequeses eram usadas para “sobrevestir-se, como conferências, não como um caminho de conversão e de “kenosis”, no qual se faz morrer pouco a pouco o homem velho, para poder ser revestido da nova criação no Espírito Santo.
Assim, gradualmente, foi aparecendo o Batismo como caminho a ser percorrido para se chegar a uma fé adulta, capaz de responder às mudanças sociais que estavam sendo verificadas.
Bem cede, aparece a necessidade de fazer uma primeira reflexão sobre a experiência que estava acontecendo, daquilo que o Senhor estava realizando naquelas comunidades. Em abril de 1970, em Majadahonda, nas proximidades de Madri, os iniciadores do Caminho, Kiko e Carmen, junto com os responsáveis, presbíteros e alguns párocos das primeiras comunidades existentes, reuniram-se para fazer uma primeira reflexão sobre aquilo que o Espírito Santo estava realizando no meio deles. Preparou-se um questionário com uma pergunta de base: o que são estas comunidades que estão surgindo nas paróquias?
Depois de três dias de oração e de trabalho chegou-se, por unanimidade a esta resposta:
O que é a Comunidade
- A comunidade é a Igreja: que é o Corpo visível de Cristo ressuscitado. Nasce do anúncio da “Boa Nova” que é Cristo, vencedor em nós de tudo aquilo que nos mata e destrói;
- Este anúncio é apostólico: unidade e dependência do Bispo, garantia da verdade e da universalidade;
- Somos chamados por Deus a ser sacramento de salvação no seio da atual estrutura paroquial;
- Início de um caminho em direção à fé adulta, através de um Catecumenato vivido mediante o tripé: Palavra de Deus, Liturgia e Comunidade.
Missão destas comunidades na atual estrutura das Igrejas:
- Tornar visível o novo modo de viver o Evangelho, tendo presente as profundas exigências do homem e o momento histórico da Igreja.
- Abrir um caminho. Chamar à conversão.
- Não se impõem. Sentem o dever de não destruir nada, de respeitar tudo, apresentando o fruto de uma Igreja que se renova e que diz aos seus Pais que foram fecundos, porque deles nascera.
Como se realiza esta missão?
- Estas comunidades nasceram e desejam permanecer dentro da Paróquia, com o Pároco, para dar os sinais da fé: o amor e a unidade. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos” (Jo 13, 34-35). “Pai, eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste” (Jo 17, 23). O amor na dimensão da Cruz e a unidade são os sinais que criam os questionamentos necessários para que se possa anunciar Jesus Cristo (...).
Ao término da convivência, veio o então Arcebispo de Madri, que já tinha conhecido a experiência da favela e tinha convidado para que ela fosse levada às paróquias. Foi-lhe lida a reflexão amadurecida durante o encontro. O Arcebispo, depois de tê-la escutado, começou dizendo: “Se eu a tivesse escrito, seria a página mais bela da minha vida”.
Alguns anos mais tarde, quando o Caminho já se tinha difundido em muitas paróquias de Roma e em várias dioceses da Itália, os iniciadores foram chamados pela Congregação do Culto Divino, porque esta queria saber em que consistia aquele itinerário de redescoberta do Batismo e os ritos que eram feitos. O então Secretário da Congregação, Dom Annibale Bugnini, e o grupo de experts que estava com ele, ficaram enormemente impressionados ao ver que aquilo que estava elaborando há alguns anos sobre o Catecumenato para os adultos - e que logo seria publicado como “Ordo Initiationis Christianae Adultorum” (OICA) - , o Espírito Santo, partindo dos pobres, já o estava colocando em prática. Depois de dois anos de estudo daquilo que faziam as comunidades, publicaram na revista oficial da Congregação (Notitiae), em latim, para toda a Igreja, uma nota laudatória: “Praeclarum exemplar” da obra que estava desenvolvendo o Caminho Neocatecumenal. Com eles se concordou o nome que deveria ser dado ao Caminho: “Neocatecumenato”, como itinerário de formação cristão pós-batismal que segue as indicações propostas no Capítulo IV do mesmo Ordo. Neste se diz, de fato, que alguns ritos para os não batizados, propostos pelo OICA podem ser adaptados, também para aquelas pessoas já batizadas, mas não suficientemente catequizadas.
Junto a estes momentos salientes da história do Caminho, é importante recordar a característica de fundo que o constitui e que o Estatuto reconhece: a possibilidade de viver a vida cristã em comunidade, recuperando o modelo eclesial dos primeiros séculos.
O Caminho Neocatecumenal se propôs, desde sua origem, como um caminho de iniciação à fé, assim, não é uma espiritualidade particular, mas um caminho de gestação, “um itinerário de formação católica válida para a sociedade e para os tempos hodiernos”. (João Paulo II, Carta “Ogniqualvolta”).
É um processo de amadurecimento da fé que reconstrói a comunidade cristã: e esta se torna sinal para o mundo, resiste ao processo de secularização. Neste caminho de fé rumo à radicalidade do próprio batismo, faz-se central a comunidade cristã e, como núcleo fundamental desta, a família.
É no seio de uma comunidade cristã concreta que se faz, em primeira pessoa, uma experiência concreta e direta da vida cristã. Recebe-se uma palavra, que se faz liturgia, que cresce, pouco a pouco, em koinonia, em comunidade. Deus mesmo é comunidade de pessoas.
Muitos foram os dons do Espírito que caracterizaram o desenvolvimento do Caminho, em particular os Catequistas Itinerantes, as Famílias em Missão e os Seminários “Redemptoris Mater”.
Vários Bispos, preocupados com a situação de secularização presente em tantas paróquias, vendo que naquelas paróquias onde tinha nascido o Caminho Neocatecumenal constituíam-se pequenas comunidades vivas, cheias de afastados, solicitaram a abertura do mesmo percurso de iniciação cristã, pedindo catequistas de outras cidades e nações. Isto deu lugar ao nascimento dos Catequistas Itinerantes. Nos encontros dos catequistas são expostos estes pedidos dos bispos e pede-se que se apresentem livremente aqueles que se sentem chamados a partir para anunciar o Evangelho, tornando-se disponíveis para tal missão, tendo por base o mandato do próprio Batismo. Aparece, assim, de novo um modelo de Igreja Primitiva evangelizada pelos apóstolos e catequistas itinerantes, sem que estes formem algum grupo particular. Esses permanecem inseridos nas próprias comunidades e paróquias, das quais partem e às quais retornam periodicamente.
Assim, pouco a pouco, através da experiência e em tantas convivências de formação, foram constituídas equipes itinerantes de evangelização, formadas por mulheres e homens celibatários ou por um casal, e por um sacerdote que obtém autorização do seu Bispo ou do próprio Superior religioso. Estas vão durante um tempo a uma outra diocese, de acordo com o Bispo que as chama, para abrir o Caminho Neocatecumenal nas paróquias. Tal estrutura de evangelização, como um andaime, é coordenada pela Equipe responsável do Caminho Neocatecumenal, composta pelos iniciadores, Kiko e Carmen, e por um presbítero, Padre Mario Pezzi. Assim, ao longo destes anos, o Caminho se difundiu nos cinco continentes.
Diante da situação do Norte da Europa, onde a secularização já está presente há muitos anos, onde a Igreja é minoritária e se encontra em uma situação de debilidade extrema - sobretudo é destruída a família -, inspirados pelas palavras do Santo Padre, Kiko e Carmen viram a necessidade enviar famílias em missão, seja para fundar a Igreja em algumas regiões de “terra nullius”, como uma “implantatio Ecclesiae”, seja para ajudar a reforçar as comunidades existentes com famílias que mostrem o rosto de uma “família cristã”.
Também na América do Sul, em função da enorme emigração do campo rumo às periferias das grandes cidades e da escassez de clero para abrir novas paróquias, estes enormes aglomerados urbanos são presas das seitas. Os bispos tendo em vista a força de evangelização que tem o Caminho, pediram o envio de famílias para estes centros periféricos, freqüentemente bairros imensos compostos de favelas, para formar núcleos de evangelização que possam conter as seitas, formando pequenas comunidades, à espera de poder enviar um presbítero e fundar novas paróquias.
Tudo isto fez com que o Santo Padre João Paulo II, no ano de 1988, enviasse as primeiras cem famílias em muitas dioceses, cujos bispos haviam feito pedido.
Estas famílias que permanecem unidas à própria comunidade neocatecumenal, inserida na paróquia, são sustentadas pela mesma comunidade e pela paróquia naquilo que se refere às despesas com viagens, aluguel de casa, construção de novas igrejas, apoio moral, cartas, orações, etc. Nasce, assim, uma profícua colaboração entre comunidade, paróquia e missão.
Da obra de evangelização, iniciada pelas famílias em diversas regiões, logo surgiu a necessidade de presbíteros que sustentassem as novas comunidades apenas formadas e com os quais se pudessem constituir eventuais novas paróquias.
Neste contexto, nasceram os Seminários “Redemptoris Mater”: graças à visão profética dos iniciadores do Caminho, à coragem do Papa João Paulo II e ao impulso missionário das famílias em missão, quase todas com muitos filhos. Fundamental para a re-evangelização e formação de novas paróquias foi exatamente o testemunho de fé dos filhos destas famílias. Estes seminários são diocesanos, erigidos pelos bispos, de acordo com a Equipe Responsável Internacional do Caminho, e se regem segundo as normas vigentes para a formação e incardinação dos clérigos diocesanos; são missionários: os presbíteros que neles são formados, são disponíveis para serem enviados pelo Bispo a qualquer parte do mundo; são internacionais: os seminaristas provêm de países e continentes diversos, seja como sinal concreto da catolicidade, seja como sinal de disponibilidade para serem enviados a qualquer parte.
Mas, o dado mais significativo destes Seminários é que eles, de uma parte, são um dom que ajuda as Dioceses a abrirem-se à missionariedade, a irem por todo o mundo e, de outra, encontram no Caminho Neocatecumenal, um sustento que acompanha os seminaristas durante o tempo de sua preparação e, tornados presbíteros, continúa a sustentá-los na formação permanente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário