Segue um breve histórico de Arapoema :
Arapoema surge com a descoberta de uma grande jazida de cristal de rocha, às margens do rio Jenipapo, no ano de 1956. Naquela época, o garimpo de cristal de Xambioá encontrava-se em declínio, quando corre a notícia, vindo da cidade de Conceição do Araguaia, que haviam encontrado outras jazidas em terras próximas ao porto do Araçaji, hoje Jacu, famoso garimpo do Rebojo. A notícia foi divulgada pelo agrimensor Wilson Osmundo Neves e seus ajudantes Rochina, Mesquita e Pista, quando cavavam para colocar marcos de divisões entre fazendas.
Não demorou para que inúmeros garimpeiros, vindos de Xambioá, chegassem ao local, sendo considerados fundadores do povoado. Foram atraídos ainda garimpeiros de outros estados, principalmente do Maranhão, Pará e do Piauí.Destacaram-se os nomes de Antônio Delfino Guimarães, Longuinho Vieira, Antônio Dias Carneiro, Messias Costa, Anísio Costa, Sargento Assilon Soares Lima, Juarez Monteiro, Luiz Curvina, Nilo Alves da Silva, Virgiliano Belas Lima e Luiz Pompeu de Pina.
O cristal extraído era levado para o Rio de Janeiro e embarcado para os Estados Unidos.O povoado recebeu o nome de Jenipapo, elevando-se à categoria de distrito pela Lei Municipal n.º 114, de 10 de maio de 1962, outorgado pela Câmara Municipal de Araguacema. É elevado à categoria de município pela Lei do Estado de Goiás n.º 4.800 de 7 de novembro de 1963, com o nome de Arapoema, com território resultante do extinto distrito de Pau D’Arco e parte do distrito de Itaporã do município de Araguacema.
Uma versão popular aponta a autoria do nome Arapoema a um garimpeiro chamado Jurandir, inspirado na beleza do pôr-do-sol no rio Araguaia, significando “poema do Araguaia”. O garimpo começa a declinar em 1964, quando a região começa a ser impactada pela expansão da fronteira agrícola do País, substituindo sua base econômica. Data do final da década de 60 e início dos anos 70 a implantação da grande Colônia Agrícola Bernardo Sayão que ocupava uma extensa área hoje compreendida pelos municípios de Arapoema, com 600 famílias, e Bernardo Sayão, com 400 famílias.
A falta de apoio, entretanto, em termos de crédito e assistência técnica, principalmente, levou o projeto ao fracasso, com o abandono e a venda dos lotes pelos assentados, logo após o recebimento dos títulos definitivos, e o conseqüente remembramento em grandes fazendas, ao longo da década de 70 e início dos anos 80. São remanescentes desta colônia 36 famílias que hoje compõem uma associação de pequenos produtores do Perobão.
Além da concentração fundiária, o município perdeu população e uma significativa produção de alimentos, resultante das lavouras e criação de pequenos animais pelos colonos, hoje, praticamente inexistentes. A ocupação mais intensa do território de Arapoema data do início dos anos 70, com a formação de grandes fazendas de pecuária intensiva, o que resultou em estrutura fundiária concentrada nos estratos superiores a 1.000ha.
Em 1º de janeiro de 1993, perde parte de seu território com a criação do município de Pau D’Arco. Em 1995, foi criado o assentamento Cristo Rei com 23 famílias, ocupando uma área de 1.014ha, média de 44,08ha por família, resultante da invasão de uma fazenda. Encontra-se em fase de negociação, entre o INCRA e o fazendeiro, a legalização de outra invasão, conhecida hoje por Mutamba, com 25 famílias.
Em 1997, perde mais território com a criação do município de Bandeirantes do Tocantins.
Além do núcleo urbano, sede do município, desenvolveram-se, isoladamente, três outros pequenos núcleos: Coriolando, pequeno bairro situado na TO - 230 a três km da cidade, com 30 famílias; Dezenove, com 35 famílias, localizado no km 30 da TO – 230, entroncamento com a estrada para Bernardo Sayão; e Rui Barbosa, mais conhecido como Zé Preto, com 36 famílias, surgido no entroncamento de várias linhas da antiga Colônia Agrícola Bernardo Sayão, na estrada que liga Arapoema à cidade de Bernardo Sayão.
A origem do garimpo, ao contrário de outras cidades do Estado, não marcou significativamente a estrutura urbana, social e cultural de Arapoema. O bairro chamado Labirinto, único vestígio do povoado garimpeiro, foi praticamente destruído com a abertura de ruas e retificação de outras, restando apenas ruínas de casas de adobe ou de taipa e de um pequeno cemitério.
A história do município e da cidade-sede está fortemente ligada ao processo de ocupação do território pelas grandes fazendas e empresas agropecuárias, no final da década de 60, mas principalmente nos anos 70, apoiadas pelos abundantes incentivos fiscais e creditícios oferecidos para a implantação de projetos em toda a região da Amazônia Legal. Resultou deste processo de ocupação econômica a situação atual do município, com estrutura fundiária concentrada nos estratos acima de 1000ha e a monocultura do boi.
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