Acabei de chegar da missa na minha paróquia Santo Cura D’Ars e estou muito inquieta com as cenas que presenciei.
Após a homilia o padre Pedro Jorge Delgado convidou a comunidade a
refletir sobre a situação que se encontra o município de Paiçandu e
assim nas eleições próximas pensar em quem vai votar, escolher alguém
que ficha limpa. Apenas uma exortação comum a qual vejo que todo
‘pastor’ tem o dever de dizer às suas ovelhas.
No entanto estavam na
missa a primeira dama da cidade que se sentiu ofendida com as falas do
padre e junto com mais algumas pessoas foram tirar satisfação. Cena
triste de se ver para nós que amamos a Igreja e lutamos para que a
justiça e a fraternidade cheguem aos pequenos, aos pobres que sequer tem
atendimento no hospital da cidade. A primeira dama ‘dava de dedo na
cara do padre’ por achar que ele não deve se envolver com a política e
assim algumas pessoas da comunidade.
Diante da cena lamentável
fiquei pensando que quando as pessoas precisam de cestas básicas,
roupas, casa, remédios, pagar conta de água e luz e outras necessidades
básicas elas procuram a Igreja. E então como é que posso dizer que o
padre não pode se ‘meter’ na política???
Com certeza essas pessoas
que afirmavam isso têm condições de pagar seus planos de saúde e não
precisam ficar esperando 6 meses por uma consulta especializada.
Entretanto, essas pessoas também são Igreja e como não enxergam que o
padre está defendendo somente os direitos daqueles que não tem voz, dos
pequenos e muitas vezes miseráveis – sem nos esquecer que Cristo sempre
fez opção pelos pobres e oprimidos.
Enfim, estou indignada, tive
vontade de pegar o microfone para gritar isso para aquelas pessoas que
se esqueceram do papel de cristão e muitas vezes nas urnas se esquecem
do compromisso de votar o melhor para todos, não para si. Nisto consiste
o Reinos dos céus, ninguém consegue fazer o Reino acontecer sozinho.
Penso que a presença da Igreja nas discussões políticas é fundamental
como meio de conscientizar o povo dos seus direitos e também para
defender os pequenos. “Quem fala a verdade não merece castigo” , quem se
ofende com as verdade é porque não está andando com ela.
E pergunto: Se a Igreja/padre não falar a verdade de quem mais nós podemos esperar alguma coisa?
Pense bem gente, olha só a situação da nossa cidade. No meu bairro já
faz uns 3 meses que estão tentando asfaltar, mais não bastasse isso
estão tentando asfaltar mais um monte também, essa correria típica de
final de mandato querendo mostrar serviço. Mais veja bem: cada dia se
trabalha em um bairro, mais não terminam nenhum. Enquanto isso se
quiserem ver a situação que está no JD Santo Antônio é só descer aqui.
Imagine você respirar o pó das pedras que colocaram aqui estando há mais
de 60 dias sem chuva.
Para quem mora no centro, tem plano de saúde, boa educação e não precisa da administração da cidade, Parabéns!!!!!
Porém, ser cristão é pensar naquele que vive à margem, nos pequenos,
nos pobres; se for para pensar só em mim estou perdendo tempo na Igreja.
Acordaaaaa Povoooo
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