16 de out. de 2010

"O ABC da eleitora Adriana Lisboa"

A leitora Adriana de Araújo Lisboa encaminha esta carta que resolvo publicar aqui:

Prezados,

Não dá para me omitir e não me posicionar diante das “aberrações” que estão rolando na net e em outros veículos de comunicação de massa. Tenho que me manifestar e cumprir minha função social nesta terra: Educadora.

Infelizmente em pleno século XXI, estamos presenciando um discurso retrogrado, fanático e marqueteiro contra a campanha da Dilma. Para lutarmos contra o mesmo, temos primeiro que alfabetizar politicamente a população a começar pelos nossos vizinhos, colegas de trabalho, alunos, irmãos de fé e tantos outros que estão sendo engolidos pela areia movediça das mentiras sem cabimento contra a candidata do presidente Lula.

Portanto vou me aventurar em dar algumas dicas em relação ao bê-a-bá da política e das conspirações políticas em voga.

Vou tentar ser bem didática:

A primeira lição começa com a letra A de Aborto.

Dilma além de ser declaradamente contra o aborto, não teria poder, se fosse a favor do mesmo, de legalizá-lo. Simplesmente porque o presidente ocupa o cargo de Executivo. Sendo assim quem tem o poder de criar leis é o poder legislativo. Para quem não sabe estamos em uma Republica Federativa, na qual existem 3 poderes com funções bem distintas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Além do mais, decisões como estas vão para plebiscito, ou seja, é o povo quem decide, como ocorreu com o “Porte de Armas” no referendo de 2005. Lembra?

Segunda: letra B de Boatos.

Em um momento tão importante, na qual o povo delega o seu poder para um representante, a população não pode colocar o destino da nação em jogo por simples boatos. É preciso pesquisar a veracidade dos fatos e analisar as propostas que estão sendo discutidas. Não podemos deixar que discursos estereotipados e sectaristas interfiram no nosso poder de decisão.

Terceira: letra C de Casamento Homossexual.

Da mesma forma que o exemplo do aborto, não é o presidente que define estas questões. Ele não tem poder para tanto.

Mas uma coisa já é Lei: HOMOFOBIA É CRIME, e assim como o racismo é crime inafiançável.

Quarta: letra D de Dilma é do Demônio.

Esta é uma das mais absurdas que está rolando na internet!

Pois bem, estamos em um país laico, mas mesmo assim é importante esclarecer que nem Dilma nem Michel Temer seu vice, são do Demônio, Satanistas ou similares. Ambos são Cristãos. E tem uma proposta de governo Cristã, pois propõe governar sem distinção de pessoas. A Dilma não vai ser presidente de evangélicos ou de católicos, vai ser presidente do Brasil, pois o Estado Brasileiro é laico. Mas mesmo assim a CNBB, lideranças e movimentos Católicos entre eles os Carismáticos e muitos Pastores já se posicionaram a favor da campanha de Dilma e contra as mentiras lançadas na mídia.

Quinta e ultima: letra E de Especulação Eleitoreira.

O eleitor consciente, alfabetizado politicamente, não entra na onda de especulações eleitoreiras. Pelo contrário, sai fora delas e vai procurar saber e comparar o que de fato importa para o país: as propostas.

Eleitor consciente não se deixa enganar por baboseiras, calunias e discursos marqueteiros de cunho religioso da Era Medieval. Não estamos em uma eleição de “Anjos e Demônios”, do “bem contra o mal”, de “heróis e bandidos”, “mocinhos e vilões”, muito menos de “Mestre Yoda contra o lado negro da força”.

Não meu povo e minha pova! Estamos em uma eleição real, de pessoas reais, propostas reais. Estamos em uma eleição que vai definir mais uma vez os rumos do Brasil, e não podemos ser imaturos politicamente e muito menos alienados. Agora é o momento ímpar de termos o discernimento de escolher o melhor projeto político. Esses boatos absurdos divulgados por aí são uma afronta a nossa inteligência.

Estamos em uma democracia, e somos livres para escolher os nossos candidatos. Mas precisamos votar no melhor projeto para o Brasil continuar avançando. Não podemos retroceder sob a influência de discursos tendenciosos e marqueteiro, que só tem a contribuir negativamente, pois prejudica o exercício da cidadania, interferindo no poder de decisão dos eleitores, além de menosprezando a inteligência do povo Brasileiro.

Precismos voltar o nosso olhar para o melhor projeto de Governo, para as Politicas Públicas que estão sendo propostas. E para tanto não é preciso ser partidário para se chegar a uma conclusão, basta sair do senso comum e começar a fazer analise política.

Paz e Bem para todos,

Adriana de Araújo Lisboa
Cristã Católica, Historiadora e professora de História e Sociologia da Rede Estadual de Minas Gerais

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