Economistas enxergam país como um dos principais debatedores da guerra cambial na reunião de Seul
Ana Clara Costa
Apesar de ser um problema que envolve, prioritariamente, apenas duas nações – Estados Unidos e China – a guerra cambial terá o Brasil entre seus principais debatedores na reunião do G20, que se inicia no próximo dia 10, em Seul, na Coreia do Sul.
O discurso de que os países deverão adotar uma estratégia alinhada para controlar as discrepâncias entre as moedas é defendido publicamente com fervor pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e possui o aval de outros líderes mundiais, como o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel. Na avaliação de Tito Cordella, economista do Banco Mundial para o Brasil, a união de pontos de vista entre os vinte países é imprescindível. “É importante que, durante a reunião, o Brasil se posicione como uma das principais vozes e que os países definam quais papeis terão para restabelecer o equilíbrio”, afirma.
A expectativa é de que a comitiva brasileira, encabeçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegue a Seul com um plano já pronto para apresentar aos líderes mundiais que estarão no encontro – e que apresente estratégias para resolver a questão cambial. “O fato de o Brasil ter passado bem pela crise e ter continuado com crescimento ascendente o coloca em uma posição de referência. É esperado que ele apresente algo para combater a valorização das moedas emergentes”, diz o economista João Branco, do núcleo de Relações Internacionais da ESPM-RJ.
Alinhamento entre Brasil e Europa – Se, por um lado, EUA e China trocam farpas e tentam, com ações individuais, controlar a oscilação de suas divisas, os países que sofrem as sequelas dessa guerra, como o Brasil e as nações europeias, possuem opiniões convergentes. “Europa e Brasil são solidários a que se adote uma conduta sistêmica para resolver a questão cambial. Já EUA e China parecem ignorar os efeitos que isso pode causar no mundo”, afirma Louis Bazire, presidente do banco BNP Paribas no Brasil e da Câmara de Comércio França-Brasil.
A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, em entrevista ao Wall Street Journal, mostrou-se crítica à política americana de afrouxamento quantitativo (quantitative easing) – que prega a injeção de dólares no mercado por meio da compra de Títulos do Tesouro americano. Na avaliação da ministra, os reflexos disso sobre o euro ameaçam a economia de todo o continente, e não apenas dos países mais debilitados, como Portugal, Grécia e Irlanda. “Há uma necessidade imperativa de repensar o sistema monetário internacional e os mecanismos de cooperação”, disse Christine.
Pouco poder de voto – Apesar de ser considerado um dos principais debatedores do encontro, o Brasil mantém a décima posição na lista dos países mais poderosos do G20. A lista é elaborada com base no poder de voto de cada nação e o Brasil é, atualmente, o membro dos Bric que menos poder possui. A China será o terceiro integrante mais poderoso do grupo, com mais poder de voto que Alemanha, França e Itália.
O discurso de que os países deverão adotar uma estratégia alinhada para controlar as discrepâncias entre as moedas é defendido publicamente com fervor pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e possui o aval de outros líderes mundiais, como o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel. Na avaliação de Tito Cordella, economista do Banco Mundial para o Brasil, a união de pontos de vista entre os vinte países é imprescindível. “É importante que, durante a reunião, o Brasil se posicione como uma das principais vozes e que os países definam quais papeis terão para restabelecer o equilíbrio”, afirma.
A expectativa é de que a comitiva brasileira, encabeçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegue a Seul com um plano já pronto para apresentar aos líderes mundiais que estarão no encontro – e que apresente estratégias para resolver a questão cambial. “O fato de o Brasil ter passado bem pela crise e ter continuado com crescimento ascendente o coloca em uma posição de referência. É esperado que ele apresente algo para combater a valorização das moedas emergentes”, diz o economista João Branco, do núcleo de Relações Internacionais da ESPM-RJ.
Alinhamento entre Brasil e Europa – Se, por um lado, EUA e China trocam farpas e tentam, com ações individuais, controlar a oscilação de suas divisas, os países que sofrem as sequelas dessa guerra, como o Brasil e as nações europeias, possuem opiniões convergentes. “Europa e Brasil são solidários a que se adote uma conduta sistêmica para resolver a questão cambial. Já EUA e China parecem ignorar os efeitos que isso pode causar no mundo”, afirma Louis Bazire, presidente do banco BNP Paribas no Brasil e da Câmara de Comércio França-Brasil.
A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, em entrevista ao Wall Street Journal, mostrou-se crítica à política americana de afrouxamento quantitativo (quantitative easing) – que prega a injeção de dólares no mercado por meio da compra de Títulos do Tesouro americano. Na avaliação da ministra, os reflexos disso sobre o euro ameaçam a economia de todo o continente, e não apenas dos países mais debilitados, como Portugal, Grécia e Irlanda. “Há uma necessidade imperativa de repensar o sistema monetário internacional e os mecanismos de cooperação”, disse Christine.
Pouco poder de voto – Apesar de ser considerado um dos principais debatedores do encontro, o Brasil mantém a décima posição na lista dos países mais poderosos do G20. A lista é elaborada com base no poder de voto de cada nação e o Brasil é, atualmente, o membro dos Bric que menos poder possui. A China será o terceiro integrante mais poderoso do grupo, com mais poder de voto que Alemanha, França e Itália.
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