12 de fev. de 2011

DOENÇA DE BOLSO

O Brasil não tem uma cultura de poupança. O nível de poupança da população brasileira é de apenas 18%, muito inferior ao de países como a China, com 40% e Japão e Coréia do Sul, com 30%. O brasileiro costuma gastar mais do que ganha, tem hábitos compulsivos de compras de supérfluos e cai facilmente nas oportunidades de crédito facilitado, como cartões e financiamentos. Para o consultor financeiro do Banco de Investimentos Geração Futuro, Gabriel Matos, muitas vezes o descontrole pode ser considerado patológico, mas as pessoas ainda têm receio e constrangimento de procurar ajuda.


Para Matos, a falta de organização financeira se reflete em diversos âmbitos da vida pessoal, inclusive profissional. “Pessoas muito endividadas são menos produtivas, têm mais tendência a sofrer de males da saúde como dores de cabeça, insônia, depressão, úlceras, além de serem mais agressivas”, alerta o consultor. Ele lembra que “somente agora o Brasil vai incluir a educação financeira na grade escolar, o que é obrigatório em países desenvolvidos há muito tempo. Esse assunto tem que fazer parte da educação formal”, afirma. A educação financeira consiste em aprender a consumir, poupar, planejar sua vida financeira, ou seja, administrar bem seu dinheiro para manter a vida em equilíbrio.

A importância do planejamento

Gabriel explica que o planejamento financeiro consiste em ordenar a vida financeira de tal maneira que se possa ter reservas para os imprevistos da vida e construir um patrimônio financeiro que garanta uma vida tranquila e confortável. Motivos para aprender a planejar não faltam. O planejamento é essencial para: garantir qualidade de vida na aposentadoria; complementar a previdência pública; pagar dívidas e impostos em parcela única e com desconto; construir uma reserva financeira para períodos adversos; garantir boa educação para os filhos e ter autonomia na tomada de decisões.

Riscos do consumo desenfreado

O consumo compulsivo pode trazer danos irreparáveis. Matos explica que muitos são os motivos que levam uma pessoa a comprar, como transtornos de humor, ansiedade, depressão etc, mas há quem consuma pelo simples prazer de comprar. O ato de comprar compulsivamente é uma doença chamada "oneomania". "Pesquisas revelam que mais de 50% dos casais no Brasil se separam devido a divergências em relação ao dinheiro", enfatiza. Levantamento sobre orçamento familiar feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 85% das famílias sentem alguma dificuldade para chegar ao final do mês com seus rendimentos.

Passos para um planejamento consistente

Para um bolso saudável, Matos deixa a fórmula: Planejamento + Disciplina = Sucesso Financeiro. Além disso, enumera um passo a passo para um planejamento consistente: identificar objetivos e traçar metas; analisar a situação atual e considerar alternativas; balancear aplicações entre conservadoras e mais ousadas, como ações; implementar suas estratégias de investimento e acompanhar o desenvolvimento do seu plano. (isso inclui o de previdência: PREVI Futuro ou Plano 1).

Gabriel também aconselha a não pedir empréstimos para compra de bens, pois é mais vantajoso poupar e comprar à vista, com desconto; conhecer os riscos e a composição das carteiras de investimento antes de aplicar; diversificar investimentos para diluir o risco; aplicar de maneira periódica e programada. “Com disciplina e planejamento, suas metas serão alcançadas!”, deixa como dica.

Gabriel Matos, consultor financeiro do Banco de Investimentos Geração Futuro, se apresentou em palestra realizada na PREVI, na última quarta-feira, 9/2, como parte da programação da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, Sipat.





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