Mãe
devo-te este poema
que sempre
seguirei querendo
escrever
esperei fazê-lo
em toda a minha vida
esperei o sol
e a lua
e ambos passaram
e voltaram
com palavras mudas
douradas e
pálidas
versos
trouxeram-me as estrelas
o mar
e os rios
versos que devolvi
aos livros
e ao tempo
que os prendia
mas o teu poema
estava sempre
aquém e além do tempo
e a voz para dizê-lo
não me pertencia
mas vi-o
em teu ventre
onde vi nascerem
as dimensões da vida
e as dimensões
de Deus
e se o amor triunfa
em caminhos infinitos
não pode haver começo
ou fim
para o teu poema
(Horácio Paiva)”
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